O Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla é celebrado em 30 de agosto e aborda a conscientização sobre a doença, seu prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes. A esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica, autoimune, onde ocorre o comprometimento do sistema nervoso central, causando alterações na visão, no equilíbrio e na capacidade muscular. De acordo com informações do Ministério da Saúde, o diagnóstico chega entre 18 e 55 anos de idade.
A esclerose múltipla se manifesta com o sistema imunológico do paciente passando a atacar a bainha de mielina, que é uma capa de tecido adiposo responsável por proteger os neurônios. Esse ataque compromete degenerativamente a função do sistema nervoso central, geralmente levando à atrofia ou perda da massa cerebral, atrofia muscular e dificuldades motoras e sensitivas. Mulheres entre 20 a 40 anos são as mais atingidas.
As causas da EM ainda não são conhecidas, mas as pesquisas já observaram alguns fatores que estão associados ao surgimento da doença. São eles:
Quanto aos sintomas, eles variam muito de acordo com o estágio da doença. Mas uma das características mais importantes é a imprevisibilidade dos surtos, podendo durar dias ou semanas e desaparecer por meses ou anos. Mas os sintomas gerais são:
Os tipos de esclerose múltipla estão associados com as manifestações clínicas da doença. São 4 tipos, e a mais comum corresponde a cerca de 85% dos casos.
Nela, há períodos de melhora (a fase de remissão) e piora, que podem durar dias, semanas ou anos. Ocorrem nos primeiros anos da doença, e o paciente, após a crise, apresenta recuperação completa, sem sequelas. Em aproximadamente 10 anos, 50% dos pacientes com EMRR evoluem para o segundo tipo.
É uma evolução natural da EMRR. Na EMSP, os pacientes não se recuperam completamente das crises. As recaídas passam a acumular sequelas no decorrer dos anos. Sintomas como perda visual ou dificuldade de locomoção se tornam permanentes, por exemplo. Alguns pacientes precisam fazer uso de bengala ou cadeira de rodas.
Nesse estágio, a piora das crises é gradativa. Ela apresenta início lento e piora constante dos sintomas. Os déficits e as incapacidades, que se acumulam ao longo do tempo, podem estabilizar ou continuar por anos.
Aqui, a doença age de forma mais rápida e agressiva. Em paralelo às manifestações de sintomas, ocorre a progressão do processo desmielinizante e o comprometimento de estruturas do cérebro.
O tratamento para a doença é continuado, já que não há cura conhecida para a esclerose múltipla ainda. O objetivo é controlar as crises e os sintomas, e tentar aumentar o intervalo entre um surto e outro. O tratamento medicamentoso inclui o uso de corticoides e imunossupressores ou imunomoduladores. Devido à complexidade dos sintomas, o tratamento é multidisciplinar, e inclui educador físico e nutricionista – encarregados do fortalecimento dos ossos, da musculatura e da manutenção do peso saudável – e fisioterapeuta, para tratar o equilíbrio, a mobilidade, os músculos ainda preservados e retomar o controle da bexiga e do esfíncter.
Ao perceber manifestações de sintomas neurológicos, sem causa definida e que persistam por dias, procure um neurologista. O diagnóstico precoce é importante para que o paciente comece o tratamento e tenha maior autonomia e qualidade de vida no decorrer dos anos.