A oncologia é a área da medicina que estuda, pesquisa e trata tumores e o câncer. Há mais de 200 tipos diferentes de neoplasias, e o diagnóstico e tratamento costumam ser desafiadores, tanto física quanto emocionalmente – não só para o paciente, mas para a família e rede de apoio.
Os profissionais de saúde envolvidos no tratamento buscam entender o desenvolvimento das células cancerígenas no organismo, para oferecer o melhor tratamento para o caso específico: seja ele curativo, remissivo ou paliativo.
A ciência vem a cada dia avançando na busca por terapias complementares, que possam melhorar a qualidade de vida dessas pessoas. A cannabis medicinal é um dos recursos que tem se mostrado promissor no alívio dos sintomas associados ao câncer e seus tratamentos.
Há inúmeras pesquisas, tanto em andamento quanto concluídas, que atestam os diversos benefícios que a cannabis medicinal pode oferecer para pacientes em tratamento contra o câncer, como o potencial de ação supressora de tumores, ação anti-inflamatória, no manejo da dor, no controle de efeitos colaterais da quimioterapia e para aumentar o bem-estar e qualidade de vida.
A cannabis medicinal tem sido eficaz no combate a sintomas como náuseas, dor, perda de apetite e ansiedade, frequentemente associados ao câncer e aos tratamentos agressivos.
Uma pesquisa publicada em maio de 2023 na BMJ Supportive & Palliative Care observou que a prescrição da cannabis reduziu significativamente a necessidade de analgésicos e opioides. Os produtos que combinam tetrahidrocanabinol (THC) e canabidiol (CBD) na mesma medida são particularmente eficazes. Os pesquisadores concluíram que a cannabis medicinal é um caminho satisfatório quando as drogas convencionais não conseguem agir de forma eficaz.
Essa pesquisa realizada em 2017 evidencia a redução das dores crônicas e neuropáticas em pacientes com câncer avançado.
Já esse estudo de 2018 conclui que um ácido presente no CBD é capaz de inibir a migração de células de câncer de mama, evidenciando o potencial antiinflamatório e anticancerígeno da cannabis medicinal.
O uso da cannabis medicinal pode contribuir para uma melhor qualidade de vida, provendo conforto e bem-estar aos pacientes. Seja pela redução da necessidade de medicamentos tradicionais; pelo estímulo ao apetite, auxiliando pacientes que enfrentam perda de peso e desnutrição durante o tratamento do câncer.
Instituições renomadas como a Universidade de Harvard, a UC San Diego, a USP (Universidade de São Paulo), o INCA (Instituto Nacional de Câncer), a UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) e o Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein têm realizado estudos para explorar os efeitos terapêuticos da cannabis em pacientes oncológicos.
Em resumo: as pesquisas apontam que a cannabis medicinal tem grande eficácia e segurança, com resultados positivos, atuando no controle da dor, regulando o sono e apetite, diminuindo náusea, inapetência, ansiedade e depressão, trazendo bem-estar e maior qualidade de vida durante a fase de tratamento oncológico e em seu posterior controle – inclusive os pacientes oncológicos em uso da cannabis aderiram mais aos tratamentos convencionais, devido à diminuição das reações adversas.
Já falamos sobre os perigos da automedicação aqui, mas é importante destacar: o sucesso do tratamento depende da confiança e correta administração das doses feitas pelo profissional de saúde. É indispensável que um médico acompanhe o paciente em uso de cannabis medicinal durante todo o tratamento.